sexta-feira, 14 de junho de 2019

Pode me chamar de Caetano!

Tradução de um texto francês datilografado pelo próprio Padre Caetano em Fortaleza. Indícios dos anos 1970. O texto entre colchetes são observações nossas. O texto original será anexo ao final da publicação completa.


O pequeno Gaëtan e sua mãe, a Baronesa Augusta de La Zangrye


Gaëtan Minette de Tillesse nasceu em 7 de junho de 1925 em Neder-Ockerzeel, perto de Bruxelas. Pouco tempo após seu nascimento [1926], sua família veio a se estabelecer em Bruxelas, onde ele viveu e cresceu no bairro Saint-Josse-ten-Node até a idade de 15 anos. Estudou até o 3º ano latino no Colégio Saint-Louis. 


A família Minette de Tillesse:
Os pais Augusta e Georges, a irmã Nadine, e Gaëtan em Bruxelas. Década de 1930?

Ele tinha 15 anos quando estourou a guerra. Sua família emigra de bicileta para Moëres, perto [do canal] de Furnes, onde se instalaram, sucessivamente, os Estados Maiores inglês e francês, numa grande confusão, vindo a perder o contato de uns com os outros. Em seguida, veio o reembarque dos ingleses que resistiram até o último limite da casa onde a família de Gaëtan estava refugiada para defender o canal de Furnes, distante a menos de 100 metros. O depósito de munição instalado nas dependências da casa foi incendiado, causando muita tensão aos 60 refugiados que estavam abrigados nas cavernas. No dia seguinte, os alemães estavam lá, e a família retorna à Bruxelas, contemplando novamente as últimas fumaças do prodigioso incêndio de Dunquerque. 


Casa da família Minette de Tillesse em Vliermaalroot (Cortessem)

Pouco tempo depois, sua família se instala em Limbourg [província], precisamente em Vliermaalroot, uma pequena aldeia onde a família possuía uma pequena propriedade. Ele continua os dois últimos anos de suas humanidades no colégio Saint-Hadelin em Visé, onde ele ia de bicicleta a cada semana, independentemente do clima.


O Soldado 7210 (Gaëtan) e sua mãe Augusta

Depois do desembarque dos aliados da Normandia, quando tinha 18 anos, se engaja à resistência e faz mais de 15 prisioneiros alemães durante a retirada. Engaja-se imediatamente como voluntário ao Comando e faz treinamento na Escócia. Teve a oportunidade de participar de algumas operações na Alemanha, de fevereiro a junho de 1945.


O noviço Irmão Marie-Georges (nome religioso de Gaëtan)

Desmontada a guerra em outubro de 1945, ele dá seu último adeus à família e entra no Mosteiro de Orval, onde viveu 22 anos de silêncio e austeridade da vida cisterciense. Estudou filosofia no mosteiro e começa a teologia. Foi em seguida enviado à Roma para a Universidade Gregoriana, a fim de obter a licença em teologia, e ao Pontifício Instituto Bíblico para adquirir a licenciatura em Sagrada Escritura. Foi em seguida professor de Bíblia durante 11 anos no Mosteiro de Orval. 


Irmão Marie-Georges (o segundo de pé, da esq. p/ dir.) e seus irmãos monges em Orval

Aqui começa uma nova história. Ele gostou imensamente da vida na Trapa [trapista], porque ele tinha sede de uma doação total de si mesmo e foi preenchido na Trapa. No entanto, depois de muitos anos, e em particular depois do Concílio, sentiu um imenso desejo de que esta maravilhosa vida trapista não fosse apenas privilégio de um círculo fechado, mas que ela deveria ser experiência de todo o povo. O Evangelho é para os pobres, não é privilégio de alguma classe ou de algum grupo particular. Por que se fechar entre os grandes muros medievais de um mosteiro para viver o Evangelho?


Padre Caetano em sua chegada ao Brasil (1968)

Ele pediu a seus superiores a autorização de empreender uma experiência monástica pioneira no meio dos pobres do Nordeste brasileiro. Passa primeiramente 8 meses em Salvador, ministrando curso de Sagrada Escritura na faculdade de teologia da Universidade de Salvador, e trabalhando ao mesmo tempo nos bairros mais pobres da cidade, Cabula, São Gonçalvo do Retiro, onde ele teve a ocasião de ter um contato profundo e fraterno com o pequeno povo pobre da favela.

Depois da invasão armada da polícia no mosteiro de São Bento, onde ele foi acolhido, teve a ocasião de conhecer um grupo de estudantes universitários com os quais organiza uma reunião semanal, e brevemente inicia com eles um trabalho de promoção do bairro pobre e abandonado da cidade: Pau Miúdo.

Ao final de 1968 [novembro], decide definitivamente sem escolha pela cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, no centro da seca. A cidade conta com mais de um milhão de habitantes. Ele pensou em instalar, com seu companheiro Norbert Gorrissen, da mesma abadia de Orval, um centro de reflexão e aprofundamento humano e cristão [a pedido de Dom José Delgado, então Arcebispo de Fortaleza]. Mas, durante sua chegada à Fortaleza, em 22 de novembro de 1968, soube no mesmo dia que o bairro pobre do Pirambu estava sem sacerdote. 

O Pirambu é uma favela popular e antigamente mal afamada da cidade, comportando 80.000 habitantes. O Bairro estava constituído por todas as pessoas deslocadas, fugindo da seca do interior do Estado e se refugiando à margem da cidade de Fortaleza, nas dunas abandonadas. As pequenas cabanas de argamassa se colam uma nas outras, formando um inextricável amalgamado de ruelas e impasses explorados, extorquindo os aluguéis exorbitantes para os barracos desintegrados no chão de terra batida. Todo este mundo definhando em promiscuidade de prostituição, de violência, de bebida, de crimes. Todos os dias, os jornais da cidade relatam algumas extorções cometidas no Pirambú e duas vezes por semana, por mês, recontam os crimes, mortes de homens, mulheres e crianças que estavam perpetrados nesse lugar, onde nenhuma pessoa civilizada se aventurava a pôr os pés.




Continua a edição... Aguarde!






quarta-feira, 15 de maio de 2019

Historique du Père Gaëtan de Tillesse par lui-même

Texte dactylographié à Fortaleza, au Brésil, dans les années 1970.
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Gaëtan Minette de Tillesse naquît le 7 juin 1925 à Neder-Ockerzeel, près de Bruxelles. Bien peu de temps après sa naissance, sa famille vint s'établir à Bruxelles où il vécut et grandit dans le quartier de Saint-Josse-ten-Node jusqu'à l'âge de 15 ans. Il étudia jusqu'à la 3º latine au Collège Saint-Louis.

Gaëtan et sa mère Augusta Zangrye Baronne
1925

Il avait 15 ans lorsqu'éclata la guerre. Sa famille émigra en bicyclette jusqu'aux Moëres près de Furnes, où s'installèrent successivement les Etats-Majors anglais et français, dans la plus grande confusion, ayant perdu contact les uns avec les autres. Ensuite vint le réembarquement des anglais qui résistèrent jusqu'à la dernière limite dans la maison où la famille de Gaëtan s'était réfugiée pours défendre le canal de Furnes distant de moins de 100 m. Le dépôt de munition installé dans les dépendances de la maison fut incendié ménageant quelques émotions aux 60 réfugiés installés dans les caves. Le lendemain, les allemands étaient là et la famille retourna à Bruxelles, contemplant encorex les dernières fumaces du prodigieux incendie de Dunquerque.

La Famille de Tillesse à Bruxelles : Augusta, Georges, Nadine et Gaëtan
Années 1930


Peu de temps après, sa famille s'installa dans le Limbourg à Vliermaalroot, un petit village où la famille possédait une petite propriété. Il continua les deux dernières années de ses humanités au collège Saint-Hadelin à Visé, où il se rendait en vélo chaque semaine, par tous les temps.

Maison da famille Minette de Tillesse à Vliermaalroot
Cortessem, Belgique

Après le débarquement des alliés en Normandie, lorsqu'il eut 18 ans, il s'engages dans la Résistance et fit plus de 15 prisonniers allemands lors de la retraite. Il s'engagea immédiatement comme volontaire au Commando et fit l'entrainement en Ecosse. Il eut encore l' occasion de participer à quelques opérations en Allemagne, de février à juin 1945.


Le Soldat 7210 (Gaëtan) e sa mère Augusta
1944-5

Démobilisé en octobre 1945, il fit ses derniers adieux à sa famille et entra au monastère d'Orval où il vécut 22 ans dans la silence et l'austérité de la vie cistercienne. Il étudia la philosophie au monastère et y commença la théologie. Il fut ensuite envoyé à Rome à l'Université Grégorienne pour y conquérir la licence en théologie, et à l'Institut Biblique Pontifical pour y conquérir la licence en Ecriture Sainte. Il fut ensuite professeur d'Ecriture Sainte durant 11 ans au monastère d'Orval.

Le Frère Marie-Georges (Gaëtan) au Monastére d'Orval
1946-7


Ici commence une nouvelle histoire. Il avait goûté immensément de la vie de la Trappe, parce qu'il avait une soif de don total de lui-même et il fut comblé à la Trappe. Pourtant, depuis plusieurs années, et en particulier depuis le Concile, il sentait un immense désir que cette vie merveilleuse de la Trappe ne soit pas seulement le privilège d'un petit cercle choisi, mais qu'elle devienne l'expérience de tout le peuple. L'Evangile est pour les pauvres, il n' est le privilège d'aucune classe ou d'aucun groupe particulier. Pourquoi s'enfermer entre les grands murs moyennageux d'un monastère pour vivre l'Evangile ?

Le Frère Georges (Gaëtan), le deuxième debout, avec les moines d'Orval

Il demanda donc à ses Supérieurs autorisation d'entreprendre une expérience monastique d'avant-garde au milieu des pauvres du Nord-Est brésilien. Il passa premièrement 8 mois à Salvador, donnant des cours d'Ecriture Sainte à la faculté de théologie de l'Université de Salvador et travaillant en même temps dans les quartiers les plus pauvres de la ville, Cabula, São Gonçalvo-do-Retiro où il eut l'occasion de prendre un contact profond et fraternel avec le petit peuple pauvre de la banlieue.


Au Brèsil, 1968

A la suite de l'invasion armée de la police dans le monastère de São Bento où il était accueilli, il eut l'occasion de rencontrer un groupe d'étudiants universitaires avec lesquels il organisa, une réunion hebdomadaire et bientôt inicia avec eux un travail de promotion dans un quartier pauvre et abandonné de la ville : Pau Miudo.


En fin de 1968, il décida définitivement son choix pour la ville de Fortaleza, capitale de l'Etat du Ceará, au centre du triangle de la sécheresse. La ville compte près d'un million d'habitants. Il pensait y installer, avec son compagnon Norbert Gorrissen de la même abbaye d'Orval un centre de réflexion et d'approfondissement humain et chrétien. Mais, lorsqy'il arriva à Fortaleza, le 22 novembre 1968, il apprit, le même jour, que le quartier pauvre du Pirambú était sans prêtre.

Au Pirambu (maintenant "Cristo Redentor")
Annés 1970

Pirambú est une banlieue populaire et jadis mal-famée de la ville comportant actuellement 80.000 habitants. Le quartier était constitué par toutes les personnes déplacées, fuyant la sécheresse de l'intérieur de l'Etat et se réfugiant en marge de la ville de Fortaleza, dans les dunes abandonnées. Les petites cahuttes de torchis se collaient les uns aux autres formant un inextricable amalgame de ruelles et impasses exploités par des sans entrailles extorquant des locations exhorbitantes pour des baraques croulante au plancher de terre battue. Tout ce monde croupissait dans une promiscuité de prostitution, de viols, de débauche, de boisson, de crimes. Tous les jours les journaux de la ville relataient quelques unes de exactions commises au Pirambú et deux fois par semaine, pour le moins, racontaient les crimes, morts d'hommes, de femmes et d'enfants qui s'étaient perprétées dans ce lieu dont aucune personne civilisée ne s'aventurait à fouler les dédales. Tout cela était agrémenté du drame périodique de la police venant faire une incursion détruisant les masures de 10, 20 ou 50 familles d'un seul coup, laissant tout ce monde désespéré sans un sou au milieu de la rue; chaque famille avec son paquet de linge, son unique casserole et souvent ses 11 enfants, sens abri, sans défenseur, sans aucun droit. Cela se renouvelait chaque fois que l'un des prétendus propriétaires du terrain abandonnés où ses pauvres avaient élevé leur méchante baraque décideit de récupérer une parcelle de terrain pour construire une usine ou pour vendre un lopin de terrain : à cette fin, il fallait premièrement débarrasser le terrain à l'aide de la police.




"Pirambu: la misère sans limites".
Journal "O POVO", 22/04/1975, p. 12

Un prêtre brésilien commence courageusement le travail dans ce quartier que nul n'osait affronter. Il y pénétra tous les milieux, installa un service social, fit une campagne pour désapproprier le terrain occupé par le peuple du Pirambú, organisa une véritable communauté responsable, divisant le quartier en 6 zônes, chacune avec son conseil de zone, ses groupes de mères, de pères, de jeunes. Tous ses groupes fonctionnant chaque semaine pour étudier les problèmes de la zone, assainir les conditions de vie, ouvrir des rues, créer des centres médicaux, des écoles, isntaller l'électricité dans les rues et centres principaux pour le moins et améliorer, au prix d'un travail gigantesque les conditions de vie de tout le quartier. En moins de 10 ans, Pirambú vécut une transformation radicale. Actuellement, Pirambú est un quartier pauvre, certes, mais qui se respecte et qui lutte pour améliorer toujours son standard de vie.



Père (évêque) Helio Campos (1912-1975)

Lorsque P. Gaëtan arrive à Fortaleza, le 22 novembre 1968, il apprit que Pirambú était sans chef, parce que l'initiateur de cet immense travail, P. Helio Campos avait été contraint de se retirer depuis juillet 1968 pour raison de santé et pour raisons de crise interne dans la communauté. Aucun prêtre brésilien ne voulait prendre la relève, car le travail était immense.

P. Gaëtan et P. Norbert réfléchirent ensemble, car l'orientation du Pirambú éteit différente de la ligne monastique qu'ils avaient suiviex jusque là. L'étiquette de "curé" de paroisse est étrangère à la tradition cistercienne. D'autre part, le travail de promotion, pauvre au milieu des pauvres, luttant côte-à-côte avec les pauvres de Nord-Est brésilien était dans la plus pure ligne de l'Evangile et du Concile Vatican II. S'il est un témoignage chrétien aujourd'hui, c'est au milieu des pauvres qu'il doit se réaliser. Ce travail de promotion fraternel entièrement basé sur l'Evangile parut à P. Gaëtan l'appel de Dieu venant à lui à l'heure exacte où il s' apprêtait à travailler à Fortaleza. P. Norbert fut du même avis que lui. Après une soirée de réflexion commune et de prière, ils communiquèrent à P. Helio Campos qu'ils était prêts à accepter la charge du Pirambú. Ce fut une immense joie pour le pionnier du Pirambú et, quelques jours plus tard, le 7 décembre 1968, P. Gaëtan et P. Norbert s'installaient au Pirambú pour y continuer cet immense travail de promotion humaine et chrétienne. 



Le Père Gaëtan a reçu le titre de "Bienfaiteur de l'Enfant de Fortaleza" (2002), "Citoyen de Ceará" (2003) et bien d'autres.

Tout le travail du Pirambú est fondé sur l'Evangile. Quelques slogans dynamisent le travail commun : "Nous croyons en l'amour", "Nous sommes responsables de notre Communauté", "La Communauté sera ce que chaque membre sera", etc. Tout ce travail est organisé en conseils. Les conseils sont formés des représentants des divers groupes organisés de chaque secteur : un représentant des jeunes, un représentants des pêcheurs, un représentant des pères, une représentante du club de mères, un représentant des écoles, un représentant du secteur santé, etc. Tous ces représentants forment le Conseil qui se réunit chaque semaine et étudie tous les problèmes de la zone. Les habitants de la zone viennet présenter leur problème et désiderata au Conseil et le Conseil s'efforce de donner droit à tous, de faire respecter la morele publique, d'obtenir des écoles, le pavement de rues, l'électricité, etc.


Au Pirambu - Annés 1970

Outre ces conseils locaux, un Conseil Général réunit chaque semaine trois représentants de chaque zônex et quelques membres d'organismes qui englobent toute la communauté. Ce conseil Général coordonne les travaux des zones et résout les problèmes d'intérêts généraux échappant à la compétence des zones particulières.


P. Gaëtan reçut d'office le titre de Président de cette Communauté. Son travail est un travail d'accompagnement et de coordénation. Le peuple a sans cesse besoin d'être soutenu et encouragé, sans quoi tous les conseils et tous les groupes s'effondrent d'inanition. Ce travail de promotion personnelle des membres responsables de la communauté est le travail essentiel de P. Gaëtan. Près de 200 personnes responsables travaillent déjà dans la communauté, s'efforçant de réunir le peuple, de conscientiser le peuple, de lui montrer qu'il peut vivre de façon plus décente et meilleure, organisant des groupes de jeunes, luttant pour l'alphabétisation totale de cette zône pauvre entre les pauvres.

Pirambú - Annés 1970

Après 7 mois de travail au Pirambú, P. Norbert retourna en Belgique et regagea l'abbaye d'Orval, laissant P. Gaëtan seul en face de plus de 30.000 habitants (Pirambú fut divisé effectivement en deux paroisses et deux communautés). Il réussit au prix d'un immense travail, une magnifique école de l'Etat dans la zone la plus pauvre. Il obtint l'électricité pour la même zône. Il créa une École secondaire quix industrielle, c'est-dire qui donne à la fois une formation d'humanités modernes complètes et de formation technique d'imprimeur, électricien mécanicien, menuisier, tailleur, etc. Il obtint également le pavement de trois rues qui constituent les axes du quartier permettant un accès facile et largement ouvert à toutes les parties principales du quartier. Il fait actuellement un immense effort d'urbanisation avec une équipe de volontaires du quartier aidés par des techniciens du secrétariat d'urbanisme.


Le quartier était formé d'immenses dunes, infranchissable.

Il est une autre oeuvre qu'il a initié et qui est au premier plan de ses préocoppations, c'est un village d'enfants pour les enfants concubinason va ailleus e pour abandonnés du Pirambú. Selon une évaluation, il doit y avoir plus de 2.000 enfants abandonnés ou moralement abandonnés dans la communauté. Ce fléau provient des ménages irréguliers qui fourmillent encore dans ce quartier pauvre. Un nombre immense de personnes vivent ensemble dans un simple concubinage. Au premier accroc, l'homme plante lá la femme et les gosses et s'en va ailleurs tenter de nouvelles aventures. La femme abandonnée doit forcément travailler pour gagner le pain de sa famille. Elle part à l'usine à 6h du matin et rentre à 6h. du soir, laissant sa famille à l'abandon. Une voisine donne un peu de riz et de haricots aux gosses pour leur diner et les gosses restent abandonnés dans les dunes.


"Pirambu: les deux mille mineurs abandonées".
Journal "O Povo" 22.04.1975

P. Gaëtan a donc lancé une grande campagne pour créer un village d'enfants. Il pense, en effet, qu'un enfant doit être éduqué dans une famille. Il veut donc, pour les enfants totalement abandonnés, des petites maisons populaires avec chacune une "petite mère" qui prendre en charge 6 à 8 enfants des deux sexes à partir d'un mois et jusque 10 ans. Une fois que les enfants entrent dans ces maisons ils y resteront jusqu'à l'âge de leur émancipation complète. Ils y recevront une formation complète, jursqu'à l'université s'ils en sont capables et si les ressources de la communauté le permettent. En outre une crèche abritera durant le jour les enfants moralement abandonnés, qui, la nuit retourneront auprès de leur père ou de leur mère.


Communauté d'Enfants "Cristo Redentor"
Fortaleza - Brèsil, annés 1970.

Cette oeuvre immense fut commencée sans aucune ressource, parce que la quartier est le plus pauvre qu'on puisse rêver et que personne n'a rien. On a commencé la campagne avec des vielles boites en fer-blanc, des vieux journaux et des bouteilles. Grâce aux bonnes volontés on a actuellement la possibilité de construire deux petites maisons pour commencer. La nécessité est urgente et les maçons sont déjà à pied d’oeuvre pour commencer le travail.

"Qui sont nos parents?" Journal Tribuna do Ceará, supplément T.C Dimensão
Fortaleza, Brésil, p. 08, 1977(?)


Tout ceci est un commencement de la lutte de P. Gaëtan dans ce quartier pauvre du Nord-Est brésilien. Il n'y a que deux ans qu'il y a initié le travail et déjà beaucoup de réalisations ont vu le jour. Il est décidé à consacrer sa vie entière à ce quartier pauvre. Que Dieu féconde son travail et lui donne de réaliser un authentique témoigne de charité désintéressée dans une ligne d'authentique promotion humaine !

Quartier Cristo Redentor (avant "Pirambu") aujourd'hui, avec 27 000 hab.
Comparez avec les photos précédentes.


Nous travaillons pour que le nom de cette avenue ("Vila do Mar") porte le nom du Père Gaëtan.


Institut Religious Nova Jerusalem
Quelques fils adoptifs du Père Gaëtan - Mai 2019

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Ci-dessous le texte original:





domingo, 12 de maio de 2019

Das "Areias do Pirambu" para o mundo!

Estimados irmãos,

Saúde e paz!



Após os trabalhos de divulgação do livro “Um Monge Missionário”, tivemos a honra de receber aqui em Fortaleza em novembro passado a grata surpresa de uma visita da belga Julie van Hövell tot Westerflier, sobrinha-neta de nosso Fundador, Padre Gaëtan (Caetano) Minette de Tillesse. Ela ficou muito emocionada e admirada com a proporção do trabalho de seu tio aqui no Brasil. Graças aos impulsos da mesma, nosso livro está sendo traduzido para o inglês e logo em seguida para o francês, para que possa chegar aos compatriotas do Padre e mesmo para o mundo.



Irmão Narcélio com Julie no Bairro Cristo Redentor, 
fundado pelo Padre Caetano em 1974.

Julie gostaria muito de me levar até a Bélgica e também planejamos ministração de palestras na Universidade de Amsterdã, a fim de explanarmos o trabalho religioso e social de nosso Fundador. Tendo em vista minha real condição de religioso e as condições financeiras de meu Instituto Nova Jerusalém, gostaria de contar com sua ajuda, se possível, para que esse trabalho se concretize.

Há um plano de irmos no período de 29/06 a 22 de julho de 2019, a fim de visitarmos os familiares e amigos do Pe. Caetano na Bélgica e França, o Mosteiro de Orval, onde ele morou por 22 anos, e coletar imagens para elaboração de um documentário sobre sua vida. Algumas emissoras daqui que estão a par já sinalizaram sobre o interesse de reproduzi-lo.


As doações podem ser feitas em qualquer valor através de depósito bancário em minha conta na Caixa Econômica Federal: Agência 1035; Conta 66294-7; Operação 013 (poupança), ou outro meio que desejar.


Aproveito para registrar minhas orações e estima. Desejo ardentemente a você, seus familiares e amigos, que o orvalho do Céu recaia-lhes sempre em boa medida.


Um fraterno abraço:



Ir. Narcélio Ferreira de Lima, INJ


CPF 029.257.213-11 / (85) 98855-5062 - Whatsapp / fraternascelius@gmail.com



*Assista o vídeo abaixo e acompanhe um pouco de nosso trabalho:
 


sábado, 6 de outubro de 2018

Qui sont nos parents?




"Pris seulement par instinct, sans réfléchir une seconde, João et Maria font l'amour. Sur le bord du la mer elle gagne en croisières ou à des dollars pour ces moments intimes entre les quatre murs fissurés et à peine lavés d'une chambre loué.  Elle est la fille d'une famille de la campagne qu'elle visite d'année en année.  Vos parents ne savent pas que votre chère Maria est une femme de vie.  Pour eux, elle travaille dans magazin de la grande ville.  Maria ne prend pas la pilule et sait qu'elle peut tomber enceinte.  Elle sait également qu'une enveloppe contraceptive coûte un peu plus de 12 croisières, mais ce n'est pas le cas.  Ses "collègues" utilisent d'autres ressources pour éviter les bébés, pas elle.  Elle est tombée enceinte plusieurs fois, a eu plusieurs avortements.  Maria a besoin de "travailler" - est l'une des nombreuses "secrétaires du secteur sexuel.  Elle continue à faire l'amour: plusieurs fois par jour, des dizaines de fois par mois.  Une fois de plus, elle découvre qu'elle est enceinte et que cette fois, il ne sera pas possible d'avorter car qui a fait "perdu" une patiente et qui doit se déplacer rapidement pour éviter d'être arrêtée par la police,  et plus, l'anémie est profonde et le médecin déconseillé d'intervenir exatraire l'enfant dont elle ignore le père et ne sait même pas qui elle est.  Telle pourrait être le gardien, le garde, le boulanger, le marin qui parle de façon amusante qu’elle ne comprenait rien, mais elle savait ce qu’il voulait et payait en dollars.  Il savait seulement que cela venait d'un navire néerlandais chargé de machines.  Au quatrième mois, John et Raimundos, Fred et Williams le recherchent toujours, puis son ventre commence à la gêner, elle perd ses clients et commence à dire de choses pas gentille avec son fils qui la porte dans le ventre. Un jour, elle commence à ressentir la douleur et se rend à la maternité où elle est traitée comme une personne sans importance... et donne naissance à une belle fille à la peau claire, aux cheveux blonds et aux yeux bleus.  Maintenant, elle sait qui est le père.  Mais peu importe, ce qui compte vraiment, c'est ce qu'il faut faire avec l'enfant.  Elle ne veut pas donner à qui que ce soit la même  vie qu'elle parce que ne seront pas capable de s'occuper de bébé  et les pleurs vont gêner les clients et comment sa fille vais aussi se prostituer quand elle sera plus grand. Entendu parler d'un certain Père Gaëtan qui a une maison qui accueille des mineurs dans une ville qui s'appelle  Barra do Ceará.  Elle prendre un taxi et part  avec  cette poupée qui ne saura jamais qui étaient vraiment ses parents".


Source: QUI sont nos parents? ["Quem são nossos pais?", en portugais]. Journal Tribuna do Ceará, supplément T.C Dimensão, Fortaleza, Brésil, p. 08, 1977(?)
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Le Père Gaëtan (Caetano) a dû faire face avec beaucoup de savoir-faire à la contradiction de ses parents qui, au début, n’ont pas soutenu sa décision de tout quitter et de suivre la vie religieuse.  L'un des arguments utilisés était la question des enfants ... Il semblait confortable de célébrer la vie aux yeux de sa famille, dans un sens, et aussi parce qu'il aimait la présence des petits autour de lui dès son plus jeune âge.  Un beau jeune homme à l'éducation exemplaire et courageux qui était ... Mais jusqu'à ce que ses parents l'aident à discerner sa vocation!

À son arrivée au Pirambu (Brésil), un quartier bien pauvre à la fin des années 1960, il découvre pas mâle des d'enfants touchés par des familles qui, en raison d'un manque d'éducation ou de meilleures conditions de vie, n'ont pas pris au sérieux la vocation de être  parents qui vivaient ensemble (unis sans le sacrement du mariage) ou qui, en raison de la situation sociale  la misère, ont fini par abandonner leurs enfants.  Pour le jeune prêtre européen, le nombre et la situation étaient inacceptables et, pour lui, c'était un fait curieux.

Ensuite, pour donner cadeaux  aux enfants de la communauté, il voulais compter sur l’aide de la Légion Brésilienne, de Caritas, de la Campagne Nationale pour l’Alimentation Scolaire et de la société pour se renforcer;  fonde la "Communauté d'Enfants Cristo Redentor" le 12 octobre 1969 sur les conseils d'Alzira Lira, alors célibataire de la communauté qui souhaitait s'occuper de ceux qui y arrivaient.  Le quartier Cristo Redentor, qu'il a également fondé, devient ainsi un modèle pour chaque ville de Fortaleza.  Certains enfants sont restés à la porte de leur maison, même malades, tristes, même battus, blessés, d'autres sans nom, prénom ou date de naissance, ce qui faisait parfois passer le jeune prêtre d'un État à un autre dans un emploi,  parfois sans résultat satisfaisant, à la recherche de cette information.  Selon le Père Gaëtan, dans ces cas-là, les enfants choisiraient le jour où ils ont trouvé le plus beau et un nom, et ils célébreraient ce jour-là.  C'était très important pour qu'ils aient un plus grand sens de la continuité et ne se sentent pas différents des autres enfants.

Bien qu'il n'y ait toujours pas d'enquête statistique officielle sur les enfants abandonnés dans le quartier à cette époque, le journal Unitário (15 novembre 1969) en a rapporté six mille.  Le Père Gaëtan a adopté plus de 100 enfants, dont plus de 50 portent son nom de famille.  Certains d'entre eux ont réussi à maintenir la justice la garde officielle, d'autres ont rejoint la communauté des enfants,  personne n'a été renvoyé sans son attention particulière, de nombreuses personnes l'ont appelé père sans être adopté, uniquement par sentiment de filiation et de respect envers ce grand prêtre belge, avec un gentil sourire et un drôle d'accent.

Le nom que le Père Gaëtan a choisi pour l'institution était vraiment digne, également connu sous le nom de maison de mineur, officiellement l'intention était d'être une maison, une vraie communauté.  Bien qu’inévitablement, comme dans toutes les relations personnelles, il y avait des conflits, en général les relations entre les enfants étaient sincères et affectueuses, les aînés aidaient les plus jeunes et certains travaillaient même pour aider aux dépenses de la maison (qui étaient nombreuses!). 

Alzira a insisté sur le fait qu'il ne s'agissait pas d'un dépôt d'orphelins, mais d'une famille nombreuse.  Quand un enfant avait été adopté, elle manquait toujours à ceux qui restaient.  Ils étaient toujours contents de célébrer des anniversaires, des baptêmes, des premières communions, et ces jours-là c'était un grand festin;  la maison était rangée avec beaucoup d'affection et de fantaisie.  En ce qui concerne les économies, même "étroites", on a essayé au maximum de ne pas laisser l'honoré sans gâteau ni cadeau.  Certains de ces enfants ont étudié dans l'une des meilleures écoles de Fortaleza (Presidente Médici) et ont suivi des cours professionnels au point d'établir quelque chose de plus stable dans leur vie.

Au fur et à mesure que chacun grandissait, ils cherchaient également à construire leur nid et à refaire leurs histoires, mais avec un sentiment extrême de gratitude.  Nombreuses sont les lettres, les photos, les expressions d'affection filiale envers ce "géant du Pirambu".  Aujourd'hui, l'institution elle-même s'est fermé mais le centre communautaire Cristo Redentor continue de promouvoir activement la promotion humaine, tout en maintenant des crèches et des projets visant à promouvoir et à sauver la dignité de la personne humaine.

Tout est dans le livre Um Monge Missionário (Un Moine Missionnaire: La vie et l'œuvre du Père Gaëtan Minette de Tillesse), original pour l'instant uniquement en portugais et en cours de traduction en anglais et en français.

Ci-joint, des images extraites des journaux et archives personnelles: