segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O Hábito Jerosolomita

O hábito, veste própria do religioso, era a veste dos camponeses, dos mais pobres entre os pobres. É essencialmente apenas a túnica, muito comum no mundo árabe e em grande parte do Oriente. O escapulário era um avental do trabalhador do campo, e o capuz protegia a testa e os ombros do sol, chuva, frio ou neve. Com o tempo, tudo foi adquirindo um sentido espiritual.
A TÚNICA agora seria um testemunho de pobreza e de despojamento, uma resposta do(a) religioso(a) ao modismo e paganismo do mundo: "Não leveis duas túnicas" (Mt 10,10);
O ESCAPULÁRIO se tornou disponibilidade para obedecer: "Tomai sobre vós o meu jugo (...) Porque meu jugo é suave, e o meu fardo e leve" (Mt 11,29s). Em algumas ordens, como os Carmelitas, ou mesmo entre os Cistercienses e, consequentemente nós também que vestimos o mesmo hábito, tornou-se sinal de proteção da Virgem Maria, modelo de obediência;
O CAPUZ é sinal de recolhimento na oração; e como castidade exige recolhimento dos sentidos, juntamente com o cinto [mesmo sentido do cíngulo, muito comum aos Franciscanos] indicam castidade e a morte para este mundo.
O CINTO de couro é uma herança oriental, pois lá o padroeiro da vida monástica é São João Batista, que se vestia com roupa de couro (cf. Mc 1,6; 2Rs 1,18). Esta herança já aparece bem clara na Regra de São Bento, onde se chama São Basílio de “nosso pai” (RB 73,5). Todas as ordens antigas tem um cinto de couro, com exceção dos Franciscanos, para lembrar: "Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas" (Lc 12,35 ou cf. Ef 6,14).


O hábito da Nova Jerusalém se inspira no Cisterciense, ordem a qual nosso Fundador, Pe. Caetano Minette de Tillesse, viveu 22 anos de sua vida. O VÉU (caso das irmãs) simboliza a modéstia, recolhimento e a virgindade consagrada (cf. 1Cor 11,4-16).
Acrescenta-se ao mesmo, para os(as) irmãos(ãs) professos(as), a CRUZ belga do Vieux Bon Dieu (Velho Bom Deus) de Tancremont, trazendo um Cristo Crucificado-ressuscitado, adotada pelo nosso Pai Fundador para expressar melhor nossa espiritualidade.
Na Nova Jerusalém o uso do hábito é facultativo, obrigatório para os religiosos apenas nas Solenidades da Igreja e da Comunidade. Para nossos clérigos, devido ao acréscimo frequente dos paramentos litúrgicos, também seu uso é livre. Tornou-se costume entre nós usá-lo em missas e missões.
O hábito religioso é tradição eclesiástica e não se encontra como tal na Escritura (todavia, cf. 1Rs 1,8; Mc 1,6).

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