quarta-feira, 31 de outubro de 2012

CONSAGRAÇÃO E MISSÃO DA NOVA JERUSALÉM



Nestes últimos dias de discernimento vocacional na Nova Jerusalém deste ano, em especial para aqueles que desejam aspirar mais ainda nosso carisma, nada melhor que ler do próprio Fundador, Padre Caetano, o que se espera:

"Como Igreja, formamos o corpo de Cristo, isto é, os pés e as mãos, a boca também de Cristo vivo neste mundo e neste século (Rm 12,4-8).
A Nova Jerusalém acredita que uma atividade somente humana não seja capaz de salvar o mundo. Há uma diferença qualitativa e constitutiva entre “trabalhar para o Reino” e “deixar o Senhor Jesus fazer de nós os instrumentos do seu Reino no mundo de hoje” (Mc 14,58; Jo 2,18-22).
Exatamente por esse motivo, nossa atitude da Nova Jerusalém deve ser uma entrega total e incondicional ao Senhor Jesus, para que ele possa, por seu Espírito, realizar em nós e por nós, a sua salvação universal e proclamar o seu Evangelho ao mundo sedento de hoje (Mt 9,37s; 10,1; Jo 4,35s).
Esta entrega deve ser total, sem nenhuma reserva, e incondicional entrega do passado, com todas as suas fraquezas e com todos os pecados, para que ele possa perdoar; do passado com todas as suas ternuras, pai, mãe, irmãos, lar, para nos entregar a ele; do presente, com todas as nossas atividades, projetos, bens, sucessos e derrotas; e do futuro, com todas as suas esperanças, angústias e incertezas, para que nunca estejamos nós construindo a “nossa casa” – que seria, assim, apenas uma obra humana, por definição – mas para nos tornarmos instrumentos dóceis de sua obra poderosa em nós e por nós (Sl 127; Is 49,1-6; ICor 3,10-15).
Teremos a certeza que somente assim, não contristaremos o Espírito do Senhor Jesus (Is 63,10; Ef 4,30; ITs 5,19), e somente assim o Senhor Jesus terá condições, por nós, de salvar o Brasil, a América Latina e o mundo.
Esta entrega deverá ser inalienavelmente pessoal, isto é, assumida pessoalmente por cada membro, livre e espontaneamente; mas, ao mesmo tempo, ela deve ser comunitária e eclesial: é assim que nos tornamos comunhão e missão. Comunhão porque, a entrega incondicional nos faz tornar um só Corpo e um só espírito com Cristo ressuscitado; missão, porque, identificando-nos com o Cristo ressuscitado e com seu Espírito ressuscitante, ela tornar-se-á instrumento poderoso e irresistível de Evangelização e de salvação, não por si, mas pelo poder de Cristo ressuscitado, Senhor do universo pela ação de seu Espírito vivificador (ICor 15,24-28; IICor 3,18).
Nosso fundamento será uma entrega de si total e incondicional ao Senhor Jesus, para a obra que ele quiser, para a forma de vida que ele quiser, entregando a sua própria vida (Mc 8,35), o seu corpo e a sua alma, para realizar esta palavra: “Escutai, Israel: o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6,4-5).
A doação ao Senhor só será aceita e agradável a Deus, se ela for íntegra (Dt 18,13). Se alguém quer reservar para si alguma coisa, já não será aceito pelo Senhor (At 5,1-11). Se alguém quer servir ao Senhor e olha para trás, já não serve para o Reino de Deus (Lc 9,62). Não existe amor maior do que dar a própria vida para o Reino do Senhor (Jo 15,13). Não existe nada de mais irresistível para a salvação do mundo! O próprio Jesus não achou outro meio mais poderoso e mais infalível para salvar o mundo (Is 53,1-12; Fp 2,6-11). Quem der a sua vida a Jesus total, incondicionalmente, saiba que está salvando uma multidão de homens, mulheres e crianças que, de outra maneira, se perderiam eternamente (Is 53,6). 
 Onde estiver um membro da Nova Jerusalém, deitado ou andando, na Igreja ou na rua, estudando ou se alimentando, esteja sempre nas mãos do Senhor Jesus, façamos tudo em Jesus, para realização da vontade de salvação universal de Jesus. Com Jesus e em Jesus, estaremos salvando o mundo.
Para isto acontecer, é indispensável que tenhamos um contato vital com Jesus vivo na oração cotidiana. A oração deve ser nossa atividade principal e fundamental. Sem oração, não existimos, e quem não gostar de rezar, não serve para a Nova Jerusalém. Para nós, principalmente, a oração deve ser como o leite que a criancinha suga de sua mãe. Sem o leite, ela morre. “Morreremos” sem oração profunda e pessoal.
É isto que significa a palavra “consagração”. Como o disse Jesus: “Para eles eu me consagro, para que eles estejam consagrados na verdade” (Jo 17,19). A consagração quer dizer que não nos pertencemos mais; pertencemos a Jesus, como sua propriedade particular, para a obra, para o trabalho, a luta, a perseguição, para a vida e a morte que Ele quiser. Esta entrega incondicional, diariamente renovada será a nossa alma. Temos que experimentar constantemente esta consagração no mais fundo do ser."

Ir. Pe. Caetano Minette de Tilesse, NJ – Antiga Constituição do IRNJ - §§ 64 – 78 (Parte II - Espiritualidade) 

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