Todo ser humano precisa
saber qual é o desejo mais forte do seu coração e como quer realizar este
desejo. A pessoa precisa escutar as inclinações do seu coração e escolher um
rumo para sua vida. Discernimento faz parte do processo de conhecimento desta
verdade humana. Sem discernimento não se percebe a beleza, a alegria da vida; é
preciso estar bem atento aos acontecimentos que estão fora de si e aos que
estão dentro de si mesmo. Precisa perguntar o que Deus quer lhe ensinar com isto
ou aquilo.
Quem escolher um estado ou estilo de vida precisa saber o
que está escolhendo e quais são as suas exigências
e consequências. É somente tendo um
conhecimento seguro e real que se pode escolher com segurança.
Precisamos saber a finalidade do projeto que nos está sendo proposto e confrontar com nosso objetivo, isto é, o que temos em mente.
Este processo de discernimento é permanente e cotidiano,
no entanto, é necessário algum momento mais intenso de recolhimento e oração
para se poder tomar uma decisão mais profunda e abrangente.
A vocação descobre-se no recolhimento e no diálogo com
Deus. É necessário estar convencido(a) de que é chamado(a) por Deus. Além
disto, a pessoa deve adotar uma atitude de escuta
contínua. O candidato precisa discernir sua vocação própria. É bom que a
própria pessoa pergunte para si mesma se tem capacidade para personalizar um
estilo de vida, se tem maturidade espiritual, sexual, afetiva, emocional,
psicológica, etc.; pessoas nervosas, depressivas, intransigentes, emotivas,
agressivas, dependentes, rebeldes por certo não serão tão felizes e nem
proporcionarão felicidade a seu redor.
Precisamos analisar e pesar nossa capacidade de socialização, colaboração, conhecer nossos mecanismos
de defesa, isto é, nossa tendência a adiar, satisfazer, encontrar
substituições, hostilidade, orgulho, isolamento, rejeição, etc. A pessoa deve
querer se esforçar para conhecer seus conflitos, as raízes de seus problemas.
Quando a pessoa conhece a si mesma, valoriza a si e aos outros.
Nós, pessoas humanas religiosas ou não, somos um mistério
assaltado por conflitos, dúvidas, ansiedades, desejos incoerentes, antipatias,
simpatias e medo de assumir as próprias opções. É de fundamental importância
viver atento aos acontecimentos, a partir de si mesmo e da própria vida. Olhe a
vida com os pés no chão; a vida não é apenas isto que se vê com os olhos
físicos. A vida tem uma beleza, uma bondade que escapam à nossa sensibilidade.
É na contemplação que se percebe o
sentido da vida.
Para se fazer uma opção de vida é necessário ter uma
visão positiva da própria vida. E esta visão está ligada a consciência de ter
recebido a vida como dom de Deus, e por isto merece ser vivida como oferta para
Deus e para o irmão.
A opção fundamental baseada na fé, além de revelar o sentido da vida aproxima cada vez mais a
pessoa das outras, gera um modo novo e autêntico de amar. A pessoa que decide
sua vida sabe ir ao encontro do outro, sabe relacionar-se humanamente.
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