segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vocação de Abraão




Abrão é filho de Taré (cf. Gn 11,26-27) e habitava em Ur na Caldéia (cf. Gn 11,31). O chamado que Deus o fez foi deixar sua parentela e habitar numa nova terra. Até então, Abrão nunca ouvira falar desse Deus, mas aceita essa ordem que ao mesmo tempo é promessa e sai da sua terra (cf. Gn 12,1-5). Abrão deixa seus pais, sua terra natal, seus deuses (já que os caldeus cultuavam vários deuses), enfim, toda sua segurança! Abrão nunca mais volta, nem mesmo sob qualquer justificativa permite que seus descendentes retornem a sua terra natal. Isso seria voltar atrás á promessa assumida por ele (cf. Gn 24,6.8b). Sua única certeza é a fé no Deus que o chamou e que o levou a ser obediente. Daí, nosso patriarca ser chamado “Pai da fé”, e ser referência em toda a Bíblia.


A promessa de Deus a Abraão vai muito mais além do que uma boa terra. Abrão não podendo ter filhos com sua legítima esposa Sara jamais poderia ter uma descendência (cf. Gn 15,2; 18,11), a não ser de sua serva. Mas Deus promete grande descendência, “grande povo” saído de Sara que não pode contar assim como as estrelas (cf. Gn 12,2; 13,16; 15,4-5; 17,2ss; 18,18; 22,17-18). Mais que isso, a ação de Deus ultrapassa essa incontável descendência, e se estende a todos os povos (Nesta passagem o hebraico utiliza a palavra “goy” que se refere a nações gentis, abrangendo um caráter mais universal, ao invés de “ ‘am”= povo escolhido: Israel). De fato, “Abrão”, que quer dizer “grande pai”, passa a ser chamado agora por Deus de “Abraão”, ou seja, “Pai da multidão” (cf. Gn 17,5). Paralelo a isso, além de coisas palpáveis, mesmo que Abraão não tivesse visto terra nem descendência, Deus promete ser “escudo” /proteção para o patriarca e o encoraja-o (cf. Gn 15,1-b).


A exemplo de Abraão, somos convidados a escutar o chamado de Deus assim como suas promessas que não se restringem somente à nossa vida, mas a todo povo de Deus, já que não estamos só e somos um corpo (cf. I Cor 12,27). Mas não basta só ouvir e acreditar nas promessas simplesmente. Devemos correspondê-las, dando respostas concretas a Deus pelas nossas atitudes. Lembremo-nos que ele sempre nos protege e nos encoraja a tomar decisões ao longo de nossa caminhada. Por isso, não tenha medo! (cf. Gn 15,1b)

                                                       

Ir. Jackson, nj

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